Se destruirmos o preconceito de que a filosofia seja algo difícil pelo fato de ser uma atividade intelectual, segundo Gramsci, mostrando que a mesma está na linguagem, no senso comum, no bom senso, na religião, no folclore,.. veremos que todos somos filósofos na mais simples manifestação de uma atividade intelectual qualquer.
Sabedores disso, pergunto o que é melhor? Participar de uma concepção de mundo imposta mecanicamente pelo ambiente externo no qual todos estão envolvidos ou, ser capaz de elaborar a própria concepção de mundo de uma maneira crítica e consciente, participando na produção da história ativamente, sendo guia de si mesmo?
Sabemos que para isso devemos ter consciência do que realmente somos, como produto do processo histórico até hoje desenvolvido. Todos sabemos?
Como afirma Grasmsci: é necessário romper com o senso comum, se possível aproveitando-se do contato com outras culturas enriquecendo o conhecimento e transformando-o em ciência.
Sendo assim, não podemos ser filósofos sem a consciência da nossa historicidade. Conhecê-la é primordial para elaboração da concepção do mundo presente sem, entretanto, apegar-se ao passado remoto e superado, se considerarmos que elaborar é também ser capaz de criticar a própria concepção de mundo imposta.
Como professora, acredito que além de ser difusora de verdades já descobertas, devemos ser também criadores, pesquisadores, estar sempre que possível envolvidos em estudos. A troca de experiências é enriquecedora nesses ambientes, onde a atividade intelectual flui livremente. Assim, conseqüentemente, como exemplo, levamos nossos alunos a tomar posturas, decisões que influenciem no processo histórico, sendo que para isso eles terão que ser não espectadores mas, co-autores da história. Como?
A Educação é o caminho para que tal aconteça, pois sendo a passagem da ignorância para o conhecimento (segundo alguns teóricos), proporciona ao indivíduo a base necessária para que seja um agente no processo histórico. E para que o mesmo tenha plena consciência da importância de seu envolvimento na história, o processo educativo não pode ser fragmentado, limitado a livros didáticos, repetitivo e muito menos “descolado da realidade” em que ele vive. Mas, ao contrário, deve ter como essência a criatividade, a flexibilidade, ser globalizado e coerente com a realidade que nos cerca.
Ao participar de um simpósio na Eduvale, fiquei muito satisfeita ao perceber que práticas diversificadas estão sendo aplicadas no método de ensino; porque quando se ensina Matemática brincando, conciliando o lúdico com a aprendizagem; ou História, mostrando de uma forma diferente o desenrolar da mesma sem se ater a livros somente; ou quando se usa uma encenação teatral para ensinar Literatura e levar os alunos a sentirem gosto pela leitura...estou trabalhando o conteúdo planejado, porém, de uma maneira muito prazerosa.
Novamente me refiro à atividade intelectual porque, tudo que requer mudança dá trabalho, não é mesmo? Normalmente nos acostumamos com o trivial, o rotineiro e com os próprios erros. Muitas vezes mudar dá a impressão de descontentamento. Mas...se preciso for, vamos mudar. Deixar o comodismo, a insegurança e perseguir nossas metas e objetivos com afinco.
Sendo assim, estamos percorrendo um caminho que nos leva a ser uma alavanca no processo educativo; ajudando a transformar o ensino através de uma prática verdadeira, flexiva e voltada para nossa realidade.
Reflita...
“Você pode mais, ouse, atreva-se! Faça o que nunca fez, você viverá o que nunca viveu”
(Anthony Robbins in Revista Gazim)